Trapaça, Machismo, Bullying e Violência Sexual não combinam com negócio

Aparentemente, passou desapercebido a mudança de comando que vem acontecendo no UBER. Pelo menos não vi ser explorado na mídia tradicional.

O que parece ser apenas uma mudança de executivo pode significar numa mudança muito mais profunda.  

Acredito o que esteja em jogo é a “Cultura Corporativa” que ameaça o futuro da empresa. Cultura Incompatível para uma empresa ícones da inovação.

Conhecido pelo estilo despojado e politicamente incorreto de liderança, Kalanick disse recentemente que sente “vergonha” de seu comportamento e que precisa amadurecer. Esse é o principal sinal!

Pesquei alguns trechos de matérias sobre o assunto que me levaram à conclusão de que o que estava em jogo é sobrevivência da empresa. Vejamos:

  • Segundo matéria do Reuters, em um e-mail para os funcionários, Kalanick disse que sua saída fazia parte dos esforços para “fazer um upgrade” da empresa. “Para que a Uber 2.0 vingue, nada é mais importante para mim do que dedicar meu tempo para montar uma equipe de liderança. Mas se vamos trabalhar na Uber 2.0, eu preciso também cuidar do Travis 2.0”.
  • Porém em outra matéria, o Reuters relata que Kalanick estava sob fogo por ter comportamento grosseiro e promover uma cultura de sexismo e quebra de regras.
  • Em 2014, Kalanick causou polêmica ao fazer uma piada dizendo que pensava em criar um serviço de delivery de mulheres.
  • Semana passada, a “Uber” demitiu de mais de 20 funcionários por queixas de assédio moral e bullying.
  • Conhecido pelo estilo despojado e politicamente incorreto de liderança, Kalanick disse recentemente que sente “vergonha” de seu comportamento e que precisa amadurecer.
  • “The New York Times” alega que Uber estava usando um App  para impedir que inspetores conseguissem carros.
  • Apple ameaçou banir a Uber de sua loja porque coleta números de série de iPhones e rastrear suas atividades de usuários. 
  • A Alphabet (Google), acusou Kalanick de usar tecnologia roubada da Waymo, sua empresa de carros sem motorista.
  • Reclamação constante da política de preços do Uber que aumenta o preço das corridas mesmo durante momentos de apuros públicos (nevasca, atentados).
  • Motoristas da Uber são alvos frequentes de acusações de assédio e violência sexual. Falta rigor na checagem de antecedentes criminais.
  • Motorista da UBER, criando dificuldades com usuário para cancelar viagens ou cancelando viagem para cobrar  por fora do aplicativo e aumentar seus rendimentos.
  • Executivos da empresa obtiveram ilegalmente a ficha médica de vítima de estupro por um motorista.

Nestas condições,  a empresa chega na  situação de está  funcionando sem CEO, COO E CFO, conselheiro geral e chefe de engenharia, entre outras posições.

Nos resta questionar:

Será que Kalanick foi forçado a cair fora em razão do comportamento machista dele ou está abandonando o barco antes do naufrágio?

Será que os “meios” usados pela empresa tem sustentação para a sobrevivência dela com um novo comando?

Será que Trapaça, Machismo, Bullying e Violência Sexual podem ser “valores invisíveis” das empresas?

Será que este tipo de comportamento sexista ainda permeiam as culturas corporativas das empresas?

Será que outras empresas seguirão o mesmo caminho para mudar a cultura dos “valores invisíveis”?

O futuro nos responderá se este foi apenas um episódio isolado, típico de seriado americano, ou o início de uma série de revolução?



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