O Milagre do ARA San Luis: O Submarino Argentino que Escapou da Morte na Guerra das Malvinas

Conheça a história do ARA San Luis, o submarino argentino que escapou da morte na Guerra das Malvinas.

Neste episódio da nossa série Submarinos Perdidos, vamos contar a história do ARA San Luis, um submarino argentino que escapou da morte na Guerra das Malvinas, em 1982. Foi um dos dois submarinos argentinos que participaram do conflito e o único que enfrentou a poderosa frota britânica, lançando torpedos contra seus navios e evitando os ataques dos helicópteros e aviões inimigos. Sua saga foi uma prova de coragem, resistência e sorte, que merece ser conhecida e reconhecida.

O Submarino Alemão

O ARA San Luis era um submarino de ataque diésel-elétrico Tipo 209/1200, com 55 metros de comprimento e equipado com oito tubos lança-torpedos e 22 torpedos. Era considerado um dos mais avançados da América do Sul e capaz de operar em águas profundas e rasas. A bordo estavam 37 tripulantes, entre eles o capitão Horacio Bicain e o tenente Rodolfo Cionchi. O submarino foi construído na Alemanha Ocidental em 1973 e incorporado à Marinha da Argentina em 1974. Entre 1974 e 1982, realizou diversas missões de treinamento e patrulha no Atlântico Sul.

A Guerra Inesperada

No dia 2 de abril de 1982, a Argentina invadiu as ilhas Malvinas, um arquipélago no Atlântico Sul que estava sob domínio britânico desde 1833. A Argentina reivindicava a soberania sobre as ilhas desde o século XIX e considerava a invasão como um ato de recuperação territorial. O Reino Unido reagiu enviando uma força-tarefa naval para retomar as ilhas pela força. Assim começou a Guerra das Malvinas, que durou 74 dias e terminou com a rendição argentina no dia 14 de junho de 1982.

O ARA San Luis estava na base naval de Mar del Plata quando recebeu a ordem de partir para as Malvinas no dia 6 de abril de 1982. O submarino deveria integrar o Grupo de Tarefas 79.3, junto com o porta-aviões ARA Veinticinco de Mayo, os contratorpedeiros ARA Hércules e ARA Santísima Trinidad e as fragatas ARA Drummond e ARA Granville. O objetivo do grupo era estabelecer uma zona de exclusão ao redor das ilhas e impedir o desembarque das tropas britânicas.

No entanto, o submarino enfrentava sérios problemas técnicos que comprometiam sua capacidade operacional. Os torpedos SST-4 que levava eram obsoletos e defeituosos, os periscópios estavam danificados, os sistemas hidráulicos vazavam óleo constantemente, os motores diésel apresentavam falhas elétricas e os equipamentos de comunicação eram insuficientes e vulneráveis à interceptação inimiga. Além disso, o submarino não tinha mísseis anti-navio nem armas anti-aéreas, o que o tornava um alvo fácil para os navios e aviões britânicos.

A Sobrevivência Milagrosa

O ARA San Luis chegou à zona de operações no dia 16 de abril de 1982 e iniciou sua missão de patrulha e ataque. Durante os 36 dias que permaneceu em combate, o submarino lançou dez torpedos contra os navios britânicos, mas nenhum deles atingiu o alvo. Os torpedos falharam por diversos motivos, como mau funcionamento dos sensores acústicos, interferência das bolhas de ar, desvio da trajetória e contra-medidas dos navios inimigos. O submarino também foi atacado várias vezes pelos helicópteros e aviões britânicos, que lançaram cargas de profundidade, torpedos e foguetes contra ele. O submarino conseguiu escapar de todos os ataques, graças à habilidade do seu comandante, à manobras evasivas, à baixa profundidade das águas e à sorte.

O ARA San Luis foi um dos poucos navios argentinos que não sofreu nenhum dano nem baixa durante a guerra. Sua tripulação demonstrou um alto grau de profissionalismo, disciplina e bravura, enfrentando condições adversas de combate, clima e isolamento. O submarino foi uma ameaça constante para a frota britânica, que teve que desviar recursos e atenção para tentar localizá-lo e neutralizá-lo. O submarino também foi uma fonte de esperança e orgulho para a Argentina, que via nele um símbolo de resistência e dignidade.

A Honra Reconhecida

A história do ARA San Luis foi uma das mais emocionantes e inspiradoras da Guerra das Malvinas. As façanhas do submarino foram reconhecidas tanto pela Argentina quanto pelo Reino Unido, que lhe renderam homenagens e condecorações. O submarino recebeu a Medalha do Congresso da Nação Argentina, a Medalha do Mérito Naval da Marinha da Argentina e a Medalha da Campanha das Malvinas da Força Aérea Argentina. O comandante Bicain recebeu a Cruz La Nación Argentina ao Heroico Valor em Combate, a mais alta distinção militar da Argentina. O submarino também foi elogiado pelo almirante Sandy Woodward, o comandante da força-tarefa britânica, que disse: “O San Luis foi o único inimigo que realmente me assustou”.

Esperamos que você tenha gostado deste episódio da nossa série Submarinos Perdidos. Se você achou este conteúdo relevante, por favor, curta, comente e compartilhe com os seus amigos. E não perca o próximo episódio, em que vamos contar a história  Thresher, o submarino americano que afundou em 1963 no Atlântico Norte, provocando a morte de 129 pessoas e mudando os padrões de segurança dos submarinos. Até lá!

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O Segredo do K-129: O Submarino Soviético que Afundou com Segredos Nucleares

conheça a história do K-129, o submarino soviético que afundou com segredos nucleares em 1968 e foi alvo de operação secreta de resgate dos americanos

Neste episódio da nossa série Submarinos Perdidos, vamos contar a história do K-129, um submarino soviético que afundou em 1968 no Pacífico Norte, levando consigo segredos nucleares. Foi um dos mais intrigantes casos de espionagem da Guerra Fria e uma ousada operação de resgate dos Estados Unidos, que tentaram recuperar o submarino do fundo do mar sem que os soviéticos soubessem.

O Submarino Estratégico

O K-129 era um submarino da classe Golf II, com 98 metros de comprimento e equipado com três mísseis balísticos nucleares R-21 e 22 torpedos. Era considerado um dos mais importantes da Frota do Pacífico da União Soviética e capaz de atingir alvos na costa oeste dos Estados Unidos. A bordo estavam 98 marinheiros, entre eles o capitão Vladimir Kobzar e o comissário político Ivan Zateyev. O submarino foi construído na Alemanha Oriental em 1959 e incorporado à Marinha Soviética em 1960. Entre 1960 e 1967, realizou seis patrulhas de combate no Pacífico.

O Afundamento Misterioso

No dia 24 de fevereiro de 1968, o K-129 partiu da base naval de Petropavlovsk-Kamchatsky, no extremo leste da União Soviética, rumo ao Havaí, onde deveria realizar uma missão secreta de lançamento simulado de mísseis contra as bases militares americanas. A viagem deveria durar 70 dias e o submarino deveria manter contato diário com a base naval por rádio.

No dia 8 de março de 1968, às 15:15h (horário local), o K-129 fez seu último contato com a base naval, informando que estava em sua posição designada e que tudo estava normal a bordo. Depois disso, o submarino silenciou e nunca mais foi ouvido. As autoridades soviéticas ficaram preocupadas com o destino do submarino e iniciaram uma grande operação de busca no Pacífico, mas não encontraram nenhum sinal ou destroço da embarcação.

O que os soviéticos não sabiam é que os americanos tinham uma vantagem sobre eles: uma rede de sensores acústicos instalados no fundo do mar, chamada SOSUS (Sound Surveillance System), que monitorava os movimentos dos submarinos soviéticos no Pacífico. Essa rede captou um ruído anormal na área onde o K-129 navegava, que foi interpretado como uma explosão interna no submarino. Com essa informação, os americanos conseguiram localizar aproximadamente a posição do naufrágio do K-129, a cerca de 2.600 quilômetros a noroeste do Havaí.

O Resgate Secreto

Os americanos viram no afundamento do K-129 uma oportunidade única de obter informações valiosas sobre os segredos nucleares e criptográficos dos soviéticos. Por isso, planejaram uma operação secreta para resgatar o submarino do fundo do mar sem que os soviéticos percebessem. A operação recebeu o codinome de Projeto Azorian e foi conduzida pela CIA, a agência de inteligência americana.

A operação foi extremamente complexa e cara, custando cerca de 800 milhões de dólares. Os americanos construíram um navio especial, chamado Hughes Glomar Explorer, que tinha um enorme guindaste capaz de içar o submarino a uma profundidade de quase 5 quilômetros. O navio foi disfarçado como uma embarcação de mineração de nódulos de manganês no fundo do mar, e contou com o apoio do bilionário Howard Hughes, que era um aliado da CIA.

A operação foi realizada em 1974, seis anos após o afundamento do K-129. O Hughes Glomar Explorer chegou ao local do naufrágio e começou a tentar recuperar o submarino com uma garra gigante. No entanto, durante a operação, a garra se rompeu e apenas uma parte do submarino foi resgatada. O restante caiu novamente no fundo do mar e ficou irrecuperável.

Os americanos conseguiram recuperar alguns corpos dos marinheiros soviéticos, que foram sepultados no mar com honras militares. Eles também conseguiram recuperar alguns equipamentos e documentos do submarino, mas não os mísseis nucleares nem os códigos secretos que tanto desejavam. A operação foi mantida em sigilo absoluto até 1975, quando um jornal americano revelou sua existência. Os soviéticos ficaram furiosos com a violação da soberania e da dignidade dos seus mortos e protestaram contra os americanos.

A Revelação Histórica

A história do K-129 e do Projeto Azorian foi uma das mais fascinantes e controversas da Guerra Fria. As causas do afundamento do submarino ainda são incertas, mas há várias teorias em aberto, como falha humana, defeito técnico, sabotagem ou colisão com outro submarino. A operação de resgate dos americanos foi uma das mais audaciosas e sofisticadas da história naval e da espionagem. Os detalhes da operação ainda são classificados como secretos pelos americanos, mas alguns documentos e relatos foram divulgados ao longo dos anos.

Esperamos que você tenha gostado deste episódio da nossa série Submarinos Perdidos. Se você achou este conteúdo relevante, por favor, curta, comente e compartilhe com os seus amigos. E não perca o próximo episódio, em que vamos contar a história do  ARA San Luis: O Submarino Argentino que Escapou da Morte na Guerra das Malvinas. Até lá!

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O Drama do Kursk: O Submarino Nuclear Russo que Explodiu no Fundo do Mar

Neste episódio da série Submarinos Perdidos, conheça a história do Kursk, o submarino nuclear russo que explodiu no fundo do mar em 2000, matando 118 tripulantes. Saiba como foi o acidente, o resgate e a comoção mundial.

Neste episódio da nossa série Submarinos Perdidos, vamos contar a história do Kursk, um submarino nuclear russo que explodiu em 2000 no Mar de Barents, matando todos os 118 tripulantes. Foi uma das maiores tragédias navais da história e um duro golpe para a Rússia, que tentava recuperar o prestígio militar após o colapso da União Soviética.

O Submarino Inafundável

O Kursk era um submarino da classe Oscar, com mais de 150 metros de comprimento e equipado com 18 torpedos anti-navio e 22 mísseis de cruzeiro. Era considerado inafundável e capaz de enfrentar formações inteiras de porta-aviões dos EUA. A bordo estavam 118 marinheiros, reconhecidos como a melhor tripulação da Frota do Norte por sua conduta pouco antes do acidente. O submarino foi batizado em homenagem à famosa Batalha de Kursk ocorrida na Segunda Guerra Mundial, em que as forças soviéticas derrotaram os nazistas em uma das maiores batalhas de tanques da história.

A Explosão Fatal

No dia 12 de agosto de 2000, o Kursk participava de um grande exercício naval no Mar de Barents, ao norte da Rússia e da Noruega, que envolvia outros 30 navios e submarinos. Era uma demonstração de força perante uma expansionista NATO, no rescaldo da guerra no Kosovo de 1999 e numa altura em que as relações começavam a deteriorar-se.

Às 11:29h daquele sábado, uma explosão abalou o submarino. Um dos torpedos que ia ser disparado acabara de explodir a bordo do Kursk, provavelmente por causa de um vazamento de combustível. Dois minutos e 14 segundos depois, uma segunda explosão destruiu os restantes torpedos, sem causar danos nos reatores nucleares. As explosões foram tão fortes que foram registradas por sismógrafos do norte da Europa.

O Resgate Atrasado

O comando russo perdeu contato com o Kursk após as explosões, mas não percebeu que o submarino sofrera um acidente. Só nove horas depois é que uma operação de resgate foi organizada, mas sem sucesso. O presidente Vladimir Putin, no poder há poucos meses, não interrompeu as suas férias em Sochi, no mar Negro, o que gerou críticas da imprensa e dos familiares dos marinheiros.

A Rússia recusou inicialmente a ajuda internacional para o resgate, alegando questões de segurança nacional. Enquanto isso, os sobreviventes do Kursk esperavam por socorro no fundo do mar, sem oxigênio e sem comunicação. Alguns deixaram bilhetes de despedida para os seus entes queridos. Um deles foi o oficial Dmitri Kolesnikov, que escreveu: “12.08.2000 15:15 Toda a tripulação do sexto, sétimo e oitavo compartimentos foi para o nono.”

Só cinco dias depois do acidente é que a Rússia aceitou a ajuda estrangeira, mas já era tarde demais. Os mergulhadores noruegueses conseguiram abrir uma escotilha do submarino e confirmaram que não havia mais sinais de vida a bordo. O governo russo admitiu então que todos os 118 tripulantes estavam mortos.

A Comoção Mundial

A tragédia do Kursk causou uma grande comoção na Rússia e no mundo. As causas da explosão, as tentativas frustradas de resgate, as falhas e mentiras do governo russo e o impacto político e social do desastre foram amplamente investigados e debatados. O submarino foi recuperado do fundo do mar em 2001 e os corpos dos marinheiros foram sepultados com honras militares.

Esperamos que você tenha gostado deste episódio da nossa série Submarinos Perdidos. Se você achou este conteúdo relevante, por favor, curta, comente e compartilhe com os seus amigos. E não perca o próximo episódio, em que vamos contar a história do San Juan, o submarino argentino que sumiu sem deixar rastros em 2017. Até lá!

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