Você sabia que o seu DNA pode guardar os mistérios da origem da esclerose múltipla?

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Como variantes genéticas que protegiam contra infecções no passado se tornaram um fator de risco para a doença neurológica

A esclerose múltipla (EM) é uma doença que afeta o sistema nervoso central, causando sintomas como fraqueza, dormência, visão turva, dor, fadiga e problemas de coordenação. A EM ocorre quando o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma camada protetora que envolve as fibras nervosas. Isso prejudica a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, levando a danos permanentes nos nervos.

A EM é uma doença complexa, que envolve fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Ainda não se sabe exatamente o que causa a EM, mas alguns estudos sugerem que infecções virais podem desencadear ou agravar a doença. Um dos vírus mais implicados na EM é o vírus Epstein-Barr (EBV), que causa a mononucleose infecciosa, também conhecida como doença do beijo.

Um estudo recente, publicado na revista Science, mostrou que a infecção pelo EBV aumenta em 32 vezes o risco de desenvolver EM. Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de mais de 10 milhões de pessoas, das quais 955 foram diagnosticadas com EM. Eles descobriram que quase todos os casos de EM ocorreram após a infecção pelo EBV, e que o nível de uma proteína chamada neurofilamento de cadeia leve, que indica dano nervoso, aumentou somente após a infecção pelo vírus.

Mas como o EBV se relaciona com a EM? E por que algumas pessoas são mais suscetíveis à doença do que outras? Para responder a essas perguntas, os cientistas recorreram ao DNA antigo, extraído de dentes e ossos de pessoas que viveram há milhares de anos na Europa. Eles compararam o DNA antigo com o de pessoas vivas hoje, para identificar as mudanças genéticas que ocorreram ao longo do tempo.

A migração que mudou a Europa

Os cientistas descobriram que as variantes genéticas que hoje aumentam o risco de EM foram introduzidas na Europa há cerca de 5 mil anos, por um povo de pastores de gado chamado Yamnaya, que veio da região da atual Ucrânia e Rússia. Essa migração foi uma das maiores da história humana, e teve um grande impacto na composição genética, cultural e linguística dos europeus.

Os Yamnaya carregavam variantes genéticas que na época eram benéficas, protegendo contra infecções que poderiam surgir em suas ovelhas e bovinos. Essas variantes afetavam a resposta imunológica do organismo, tornando-a mais forte e eficiente. Isso era uma vantagem em um ambiente com pouca higiene e muitos patógenos.

No entanto, à medida que as condições sanitárias melhoraram ao longo dos milênios, essas mesmas variantes se tornaram um fator de risco para a EM. Isso porque elas tornaram o sistema imunológico mais propenso a reagir de forma exagerada e autoimune, atacando as próprias células do corpo. Além disso, elas facilitaram a infecção pelo EBV, que pode estimular ainda mais a inflamação e o dano nervoso.

A esperança de uma cura

A descoberta da origem genética da EM é um avanço importante para a compreensão da doença, que afeta cerca de 2,8 milhões de pessoas no mundo. Os pesquisadores esperam que isso possa levar ao desenvolvimento de novos tratamentos e até mesmo de uma vacina contra o EBV, que poderia prevenir ou curar a EM.

Atualmente, não há cura para a EM, mas existem medicamentos que podem ajudar a controlar os sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das crises e retardar a progressão da doença. No entanto, esses medicamentos têm efeitos colaterais e nem sempre são eficazes para todos os pacientes. Além disso, eles atuam principalmente no sistema imunológico, e não no sistema nervoso, que é o alvo da doença.

Os cientistas acreditam que, ao identificar os genes envolvidos na EM, eles poderão desenvolver terapias mais específicas e personalizadas, que possam reparar os nervos danificados e restaurar as funções perdidas. Eles também esperam que, ao entender como o EBV interage com o sistema imunológico e o sistema nervoso, eles possam encontrar formas de bloquear ou eliminar o vírus do organismo, impedindo que ele cause ou piore a EM.

O que o passado nos ensina?

Neste artigo, nós exploramos a origem genética da esclerose múltipla, uma doença neurológica que afeta milhões de pessoas no mundo. Nós vimos que:

  • Algumas variantes genéticas que hoje aumentam o risco de esclerose múltipla eram benéficas no passado, pois protegiam os humanos de infecções transmitidas por animais.
  • Essas variantes foram introduzidas na Europa há cerca de 5 mil anos, por um povo de pastores de gado chamado Yamnaya, que veio da região da atual Ucrânia e Rússia.
  • Essas variantes facilitaram a infecção pelo vírus Epstein-Barr, que pode desencadear ou agravar a doença.
  • Essa descoberta é um avanço importante para a compreensão da doença, e que pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos e até mesmo de uma vacina contra o vírus.

Mas o que isso significa para nós, que vivemos no presente, e que podemos ser afetados pela esclerose múltipla? Será que o nosso DNA é um destino imutável, ou podemos mudá-lo com a nossa vontade e a nossa ação? Será que a ciência é capaz de nos libertar das amarras do passado, ou estamos condenados a repetir os mesmos erros? Será que o futuro da esclerose múltipla depende apenas dos genes, ou também do ambiente, do estilo de vida, e da sociedade?

Essas são perguntas que não têm respostas fáceis, mas que nos desafiam a pensar e a agir. Nós somos os herdeiros de um passado que nos moldou, mas também os construtores de um futuro que nos espera. Nós temos o poder de escolher como vamos lidar com a esclerose múltipla, e como vamos ajudar as pessoas que sofrem com ela. 

Nós podemos ser agentes de mudança, ou espectadores passivos. Nós podemos fazer a diferença, ou ficar na indiferença. A escolha é nossa!

O passado nos ensina que a esclerose múltipla não é um destino, mas uma condição que podemos enfrentar e superar.

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By IDFM

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