Hoje, 27.12.2018, tivemos uma noite de homenagem.
Em dia de confraternização e comemoração dos resultados da Plonus, empresa que atua no planejamento, desenvolvimento, coordenação, supervisão e execução de soluções técnicas, tecnológicas e sustentáveis através de
Consultoria em Engenharia e Meio Ambiente, foi inaugurada a Espaço Multiuso Igar Falcone de Melo.
Um marco histórico que não podíamos deixar de registrar.
Segue trecho do manifesto, carta aberta a sociedade, nos idos dos anos 70/80, em razão do derramamento proposital (criminal) de vinhoto no rio Capibaribe, que provocou a morte de toneladas de peixes e outro animais do ecossistema do rio.
EXECUTA-SE MAIS UM HERÓI
Conheço o Recife, relativamente há pouco tempo. Sou paraibano do interior e, quando aqui cheguei, no primeiro trimestre de 1949, o rio Capibaribe ainda era muito pouco poluído (…) gostava de passear pelas suas margens e pontes (…) Como era divertido observar homens, mulheres e crianças, das classes mais humildes da população recifense, latas de arame na mão, atolados na lama até os joelhos, catando (..) a alimentação do seu cotidiano (…) divertido era assistir às pescarias a caniço ou pindaúba, conforme a capacidade econômica de quem pescava, feitas das pontes, por médicos, dentistas, advogados, engenheiros e simples homens do povo, irmanados como se fossem velhos amigos (…) como era excitante assistir a um desses improvisados pescadores lutando para dominar um belo exemplar de camurim, que se debatia para se livrar do anzol que o fisgara
Assim era o Capibaribe daqueles tempos: às vezes feio, nas marés baixas, por exibir o negrume das suas lamas; às vezes belo nas marés altas, por espelhar, nas transparências das suas águas, paisagens das ruas do Recife e dos seus edificios; outras vezes, barrento, feroz e destruidor, nas suas grandes enchentes (…) foi sempre o celeiro, inesgotável, supridor da mesa de todas as gerações que habitaram e ainda habitam as suas margens e os seu alagados
O recifense (…) nada fez para conservá-lo (…), o vem violentando, com (..) aterros dos seus mangues, (..) extinguindo os sitios naturais para a desova de grandes variedades de peixes e crustáceos (..) Hoje, em vez de vermos, na superfície da lama dos seus mangues, a movimentação de miriades de crustáceos, observamos o repelente depósito de pneus velhos, carcaças de utensílios domésticos e comerciais, colchões velhos, animais mortos e lixo de toda a espécie.
Hoje(…) o rio teimava em não morrer, insistindo em produzir (…) algumas variedades de peixes e crustáceos, .) ainda assim, suficientes para mitigar um pouco a fome das populações que habitam as suas margens e mangues.
O Capibaribe foi, assim, um herói sacrificado a sanha de maus pernambucanos, a se juntar a Frei Caneca e a tantos outros mártires, no pantheon dos nossos heróis.
IGAR FALCONE DE MELO
IDFM
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