Em 2011, um terremoto e um tsunami causaram um dos piores desastres nucleares da história na usina de Fukushima, no Japão. Desde então, milhões de litros de água contaminada com radiação foram usados para resfriar os reatores danificados e armazenados em tanques no local.
Agora, o Japão decidiu liberar essa água tratada no oceano Pacífico, alegando que é uma medida necessária e segura. Mas será que é mesmo? Quais são os riscos e as consequências dessa decisão para o Brasil e o mundo? Neste texto, vamos explorar essas questões com base em fatos científicos e dados confiáveis.
O que há na água radioativa de Fukushima?
A água radioativa de Fukushima contém vários elementos radioativos, chamados de radionuclídeos, que podem causar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Alguns desses radionuclídeos se decompõem rapidamente, mas outros demoram muito tempo e ainda representam um perigo potencial. Os principais radionuclídeos que preocupam os especialistas são o carbono-14, o iodo-131, o césio-137, o estrôncio-90, o cobalto-60 e o trítio.
Como a água radioativa será tratada antes de ser liberada?
Antes de ser liberada no oceano, a água radioativa será tratada por um sistema que é capaz de remover a maioria dos radionuclídeos presentes na água. Esse sistema usa processos físicos e químicos para filtrar e adsorver as substâncias radioativas em materiais especiais. O Japão afirma que esse tratamento reduz a concentração dos radionuclídeos abaixo dos limites regulatórios internacionais para a liberação de água no ambiente.
No entanto, o sistema não consegue remover completamente dois radionuclídeos: o carbono-14 e o trítio. Por isso, a água tratada ainda precisará ser diluída com água do mar para reduzir ainda mais a sua radioatividade. O Japão diz que a concentração final de trítio na água será de cerca de um sétimo do limite da Organização Mundial da Saúde para a água potável. O Japão também diz que a concentração de carbono-14 na água será de cerca de um décimo do limite natural encontrado na água do mar.
Qual será o impacto da liberação da água radioativa no oceano?
O Japão planeja liberar cerca de 1,34 milhão de toneladas de água tratada no oceano Pacífico ao longo de 30 anos, a partir de 2023. A água será liberada por um túnel submarino que se estende por um quilômetro da costa, para evitar a dispersão próxima à usina. O Japão argumenta que o impacto da liberação da água no meio ambiente e nas pessoas será insignificante, pois a radiação na água será diluída a níveis quase naturais pelo oceano. O Japão também afirma que monitorará constantemente a qualidade da água e a saúde dos organismos marinhos, e que seguirá as diretrizes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que aprovou o plano.
No entanto, muitos cientistas, ambientalistas, pescadores e países vizinhos ao Japão são contra a liberação da água radioativa, pois temem que ela possa causar danos à vida marinha, aos ecossistemas e à saúde humana através do consumo de frutos do mar contaminados. Eles também se preocupam com os efeitos cumulativos e de longo prazo da exposição à radiação, que podem aumentar o risco de câncer e outras doenças.
Qual é o impacto no Brasil?
O Brasil é um país que tem uma grande extensão de costa e depende muito da pesca e do turismo marítimo. Por isso, o Brasil pode ser afetado pela liberação da água radioativa de Fukushima, mesmo que de forma indireta ou a longo prazo. A água radioativa pode se espalhar pelo oceano Pacífico e atingir outras regiões, como o oceano Índico e o oceano Atlântico, onde o Brasil está localizado. A água radioativa pode contaminar os peixes e os frutos do mar que são consumidos pelos brasileiros, ou que são exportados para outros países. A água radioativa também pode afetar a biodiversidade marinha, os recifes de coral, as praias e o turismo no Brasil. Além disso, a água radioativa pode gerar uma imagem negativa do Japão e da energia nuclear, que pode prejudicar as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.
Conclusão
A liberação de água radioativa de Fukushima é uma decisão polêmica e controversa, que envolve riscos e consequências para o Brasil e o mundo. O Japão defende que é uma medida necessária e segura, mas muitos especialistas e países são contra.
O impacto da liberação da água no meio ambiente e nas pessoas pode ser insignificante ou significativo, dependendo de vários fatores, como a quantidade, a qualidade, a diluição, a dispersão, a monitoração e a exposição à radiação. O Brasil pode ser afetado pela liberação da água de forma indireta ou a longo prazo, principalmente na sua economia, na sua saúde e na sua imagem. Por isso, é importante que o Brasil acompanhe de perto esse assunto e tome medidas preventivas e protetivas para garantir a sua segurança e a sua soberania.
By IDFM
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