O que tem haver os conceitos e modelos de negócios de mais de 30 anos atrás com os conceitos atuais de Transformação Digital e Banco Digital ?
Na semana passada, em alguns almoços de negócio, enquanto fazíamos uma retrospectiva do mercado, me vieram lembranças alguns pontos que hoje são considerados como “modismo”, “padrão”, “tendência “ e etc., que mostra o quanto éramos visionários há 20, 30 anos.
Fizemos uma publicação abordando sobre Coworking e HUB de Statups, em uma época que este conceito não existia. Agora retomaremos há 30 anos. Vamos lá.
De volta ao Passado
Até a década de oitenta os cliente Bancários, correntistas como eram chamados, desejavam ter a facilidade de ser atendido em qualquer agência como se estivesse na sua própria agência.
Era uma época que a troca de moeda na economia acontecia através de papel ou em espécie viva, dinheiro.
Para sacar dinheiro de sua conta, era preciso ir fisicamente na agência trocar um cheque, ou fazer com outros que estivessem dispostos a fazer este calvário de enfrentar “filas kilométricas” de horas. Quem viveu a experiência de um cliente de banco naquela época vai lembrar o quanto era traumática a ida a um banco, principalmente os grandes! Não tinha direito de escolha de ir em uma agência com filas menores, porque vc só realizava o saque na agência da sua conta. Sem falar dos “Oficeboy” que poderia representar uma simples visita a uma agência uma “experiência surrealista” com muitas e muitas horas de espera em fila.
Era uma época que seu saldo era mantido em “Listão“, como era chamados os relatórios de formulário continuo que eram recebido pelo malote que vinha da matriz, que, dependendo da cidade leva dias para serem substituídos e a atualização do saldo era feito no listão enquanto isso, imagine como ficava o listão da agência cheios de rabiscos.
Toda a movimentação era enviada para a matriz, que, depois que de serem transcritos em cartões perfurados, processados e conferidos, geravam novas versões atualizadas do listão, para serem enviadas por malotes para as agência por uma frota de heróis anônimos motoristas. Imagine a dificuldade de se chega a tempo para o processamento e retornar em tempo de abrir a agência ao público.
Os nativos digitais devem está se perguntando; “como se vivia numa época como aquela?”.
Do Sonho à Realidade do Banco Digital
Pois bem, diante deste cenário, o sonho de consumo dos “correntistas” das agência era de ser “clientes do Banco” independente da localização física da sua agência e o saldo ser algo atualizado em tempo real.
Estava ai semente do Banco funcionando com agências virtuais numa rede de agências Reais.
Naquela época, início da década de 80, a equipe do Banorte-Recife acreditou na capacidade de tornar realidade este sonho e foi lá e fez, criou o RTB – Real Time Banorte , depois batizado de Intelig.
O Intelig, na linguagem atual, era uma plataforma de TIC em nuvem e neblinas, que disponibilizavam as aplicações de atendimento Bancários nas agências conectadas digitalmente entre ela, que requisitavam serviços na nuvem, tornando a experiência do cliente única, uma só agência do Banco.
Foi esta plataforma que tornou capaz uma agência atender cliente de qualquer outra agência, com o diferencial de que os clientes dos clientes também podiam ser atendidos da mesma forma, e o saldo estava sempre atualizado em tempo real.
Este diferencial fortaleceu a marca com seus cliente e para novos clientes. A plataforma permitia que um chegue passado de um cliente para um Lojista, por exemplo, pudesse ser sacado pelo lojista em qualquer agência sem ter que enfrentar os prazos de compensação, quando em outras cidade poderia levar semanas.
Na minha leitura em relação contexto daquele época com hoje, o Intelig foi viabilizado porque a equipe do Intelig funcionava como uma Startup incubada e outras empresas (startups), que se complementavam nas tecnologias, estavam focadas com um único propósito de fazer o sonho acontecer!
Eu estava lá nesta época, dando suporte técnico no ambiente mainframe para viabilizar, dar sustentação, à disponibilização do novo modelo de negócio, numa época que a capacidade de processamento ainda não era medida em Mips, nem a comunicação em Kbps. Época de muitas restrições tecnológicas que nos forçava à sermos criativos! Muito diferente da abundância tecnológica dos tempos atuais.
A partir do modelo de negócios que levava em conta a experiência do cliente; o direito de escolha e ter acesso ao banco; independente da localização física e geográfica, estava sendo dado o início a transformação digital que estamos chegando nos dias de hoje.
Romulo Guerra, Marcos Nazareno, Sérgio, Lula, Marcel, Edison e outros que me falha a memória, foram os visionários que acreditaram e foram lá e fizeram acontecer!
Na próxima publicação, abordaremos o que tem haver o conceito de Central B2B de Compras (Startup Mercatto – 1996) com Marketplace Digital, Leilões de Compras, Software as a Service e Service as a e-Service.
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Parabéns igmar pela iniciativa
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